04/03/2010

Sesp veta camisas e material de torcidas organizadas nos estádios do Paraná.

Resolução da Secretaria de Segurança Pública do Paraná estará valendo na rodada no final de semana do Estadual.
Uma resolução da Secretaria da Segurança Pública do Paraná (Sesp-PR), anunciada nesta quinta-feira (4), em acordo com dirigentes de clubes e Federação Paranaense de Futebol (FPF), proíbe o uso de camisas, faixas e qualquer material alusivo às torcidas organizadas em todas as partidas de futebol realizadas no Paraná. A medida já estará valendo na rodada do fim de semana do Campeonato Paranaense, e também em partidas de outras competições, como Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil.
"A medida vai proteger aquele bom torcedor que vai ao estádio, para assistir ao espetáculo e não se incomodar mais com problemas com pessoas que culpam o espaço não respeitam o torcedor. Eles (organizada) são os donos de determinados lugares no estádio", explica, por telefone, Amilton Stival, diretor da Fedaração Paranaense de Futebol (FPF), que esteve no encontro na sede do Comando do Políciamento da Capital, em Curitiba.
A FPF irá pedir à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) que avise os clubes de outros estados do país sobre a resolução que entrará em vigência no Paraná.
Além dessas medidas, a Polícia Militar queria vetar a entrada de instrumentos das baterias das organizadas. Porém, ficou no meio termo, e agora as torcidas terão de identificar os responsáveis pelos materiais para ter acesso ao estádio.
Organizadas protestam.
Representantes de torcidas organizadas se manifestaram contrários à resolução da Sesp. Segundo João Quitéria, diretor da Fúria Independente, até a viagem programada para Prudentópolis, onde o Tricolor enfrenta o Serrano, no sábado, está ameaçada. "Não vamos viajar mais. Já cancelamos a viagem . Com a medida, vai aumentar a violência porque todo mundo vai estar escondido no anonimato, vai ficar todo mundo misturado. Como é que será feito um controle? O cara que gosta de atrapalhar vai continuar freqüentando, argumentou, por telefone, à Gazeta do Povo.
Para o vice-presidente dos Fanáticos, Juliano Rodrigues, as autoridades precisariam acompanhar de perto o trabalho das torcidas, antes de tomar as medidas. “Não é dessa maneira que nós vamos resolver o problema de segurança pública no Estado do Paraná. Eles deveriam ter um controle maior das nossas associações, deveriam estar por dentro, saber como é o trabalho das torcidas organizadas”, justificou.
As duas torcidas acreditam que a medida tem ligação direta com o quebra-quebra no Couto Pereira, em 6 de dezembro do ano passado, quando torcedores do Coritiba, grande parte membros da Império Aliverde, partiram para o confronto direto com a polícia. “Com certeza tem ligação com o que aconteceu no Couto Pereira. Eles estão querendo generalizar demais”, lembrou Rodrigues. João Quitéria completa: “Aquilo foi uma situação isolada. Nós trabalhamos sério para ajudar o clube. Queremos colaborar.”