23/02/2010

Que pena, Atlético!

Foi pena! Estávamos ganhando até os 40 minutos da etapa final, quando o Nacional, enfim, alcançou o empate, justo aliás. Se no primeiro tempo o Atlético Paranaense foi senhor das ações, no segundo tempo só deu Nacional. Perdemos dois pontos que nos seriam fundamentais na conquista do supermando, artifício este que fez a diferença no ano passado, quando conquistamos o título estadual.
A vitória teria nos levado aos 20 pontos e, dado o tropeço dos ervilhas diante do quadro multicolorido das Vilas, haveria entre nós e os verdes apenas dois pontinhos, facilmente superáveis uma vez que o Atletiba será jogado na Arena da Baixada. Lamento os pontos perdidos, pois - em última análise - eles se traduzem como a perda do próprio supermando. Foi pena!
Mas a verdade é que o time não jogou bem, ou melhor, não jogou como time de primeira grandeza do futebol brasileiro. Não jogou ontem e nem vem jogando. Quinta-feira, estive na Baixada para ver Atlético e Engenheiro Beltrão. No primeiro tempo, não houve futebol. No segundo, baixou o santo no Tartá e a vitória veio como se esperava: 3×0, sem complicações.
Ontem também deveria ter vindo sem maiores problemas, mas tropeçamos em nossas pernas e sofremos - e como sofremos - o empate, no finalzinho. Pior: perdemos pontos preciosos contra o Nacional que, embora jogasse em casa, é o vice-lanterna do estadual 2010. O Atlético está devendo à sua torcida.
Devendo contratações que representem melhoria técnica dentro de campo e devendo, sobretudo, atuações que façam a gente acreditar que 2010 será menos sofrido do que os últimos 3 ou 4 anos. Ontem, o atacante argentino Javier “Pepe” Toledo estreou com a Camisa Rubro-Negra. Esteve em campo cerca de 15 minutos. Do que vi, não gostei e como ao colunista cabe opinar sobre as coisas da bola, consigno aqui meu parecer sobre o gringo: não tem bola para jogar no Atlético.
Muitos hão de me censurar “Porra, Rafael, mas que má vontade! O cara jogou só 15 minutos e você já está aí queimando o cara, como se ele fosse um bife de chorizo, e não um atleta argentino!”. O pensamento e a crítica são livres, todavia asseguro que não se trata de má vontade.
A exemplo do Ariel - o orangotango albino do Rio da Prata que defende o time verde do estádio interditado - nosso hermano Javier “Pepe” Toledo é ruim tecnicamente. Ocorre que o brasileiro, e não me perguntem por quê, tem admiração exacerbada pelos jogadores argentinos, como se eles fossem um artigo de altíssima qualidade e como se os pentacampeões do mundo não fôssemos nós, os brasileiros!
Por óbvio, torço para estar errado. Torço para que o Pepe seja legal e encha o filó dos adversários de gols rubro-negros, mas, advirto: para quem acompanha futebol há 30 anos, como eu acompanho, diariamente, bastam 15 minutos para perceber que Pepe pode ser Toledo, mas jamais Atlético Paranaense!
No mais, quarta-feira, 21 horas, na Baixada, temos o jogo de volta contra o Vilhena, pela Copa do Brasil. O Atlético vencerá, ao natural, com placar folgado, sem sustos e sem sobressaltos. Arrisco até um palpite: 4 a 1! Estaremos lá, ao lado do nosso querido Furacão, no caminho do sonho que é conquistar pela primeira vez a sempre dura Copa do Brasil. A esperança, mais do que qualidade da alma, é ofício do corpo, que sofre, é verdade, mas que não foge à luta e que não desiste nunca!