24/10/2009

História da Fanáticos: Década de 70.

1977 – Como tudo começou
Para preencher a lacuna deixada pelo Esquadrão da Torcida Atleticana (ETA), que encerrou suas atividades no primeiro semestre de 1977, alguns jovens começaram a pensar em como não deixar o Atlético sem um apoio vindo das arquibancadas. Foi aí que alguns jovens como José Carlos Belotto, Marcos Mattos, Cabeça e Nelson Rosário (Carneirinho) pensaram em fundar uma torcida com um diferencial e que trouxesse algo de novo. Assim fundaram a Torcida Os Fanáticos, que incendeia a torcida atleticana há 30 anos.
Foi com o pouco material que tinham e a enorme paixão pelo Atlético que no dia 24 de outubro de 1977, num jogo contra o extinto Brasília, no Estádio Couto Pereira, a torcida fez a sua estréia. Numa conversa rápida com outros garotos que faziam parte da “Torcida Jovem” (entre eles, Maucir e Luiz), que também faziam a sua estréia nos jogos do Atlético, decidiram que na partida seguinte iriam se unir, aproveitando a parte escrito “Torcida”. Com a junção das forças e a soma dos materiais, unindo a faixa vermelha escrito em preto e outra preta escrita em branco, surgia a primeira faixa oficial com o nome “Torcida Os Fanáticos”.
Como nessa época também existia a Torcida Independente Atleticana (TIA), a tática dos membros da Fanáticos era observar cada garoto que entrava no estádio e convidá-lo a entrar para a torcida ou até mesmo abordar quem estivesse passando pela praça do Atlético.
Enquanto o Atlético fazia uma fraca campanha no Campeonato Paranaense, assim nascia a Torcida Os Fanáticos, que foi aos poucos se tornando uma importante voz ativa do torcedor rubro-negro.
1978 – A primeira camisa
Aos poucos, foi se juntando ao pequeno grupo dezenas de atleticanos em prol do Furacão. E mesmo com o esforço de todos os envolvidos, o começo foi muito difícil. Foi aí que Belotto e Mattos foram pedir ajuda ao Conselho Deliberativo do Atlético, tamanha era a necessidade da compra de instrumentos. Com o dinheiro arrecadado, confeccionaram 30 bandeiras e ganharam o apoio do então presidente Antônio Sérgio Guimarães Lück, que solicitou aos conselheiros que ajudassem a nova torcida na composição da bateria, doando uma charanga.
Foi nesta época que foi lançada a primeira camisa na cor preta com detalhes em vermelho e listras nos ombros, com o nome da torcida escrito nas costas. Aos poucos, mais e mais jovens começaram a integrar a torcida, fazendo com que o número de componentes dobrasse nos três Atletibas da reta final do campeonato daquele ano.
Aliás, campeonato que teve no dia 5 de novembro um acontecimento que permanece vivo na mente de muitos torcedores. O Atlético estava sendo goleado pelo Colorado, em plena Baixada, por 4 a 0. Faltando apenas 16 minutos para acabar a partida, muitos torcedores atleticanos já tinham abandonado o estádio e eis que surge Ziquita. Numa jogada inesperada, aos 30 minutos, fez o que parecia ser o gol de honra para os rubro-negros. Quatro minutos depois, o mesmo Ziquita fez o segundo, pegando um rebote de surpresa. E enquanto a torcida vibrava, ainda um pouco descrente diante dos acontecimentos, Ziquita assinalou o terceiro gol. O estádio quase veio abaixo e alguns torcedores, que haviam deixado o estádio, começaram a retornar, arrombando as portas da Baixada. Os jogadores do Colorado não acreditavam no que viam e tiveram que engolir o empate, aos 43 minutos. Em apenas 14 minutos, Ziquita fez quatro gols e enlouqueceu a nação atleticana. E o quinto gol só não saiu porque a cabeçada de Ziquita encontrou o travessão do goleiro Alexandre. Um empate milagroso que estimulou a equipe para as finais do torneio, mas acabou rendendo apenas o vice-campeonato.
Também vale destacar em 1978 o início da importante e sempre presente colaboração da querida Sueli, que ajudava a trazer todo o material da torcida, entre instrumentos e bambus, muitas vezes de táxi para a Baixada e prezava a disciplina e respeito entre os jovens torcedores.
1979 – O início das dificuldades
Enquanto o Atlético amargava um desempenho ruim no campeonato, ficando com a terceira posição, a situação ficou muito crítica na torcida Os Fanáticos. Em 1979 os jovens Cabeça, Buffara, Priva, Zé Luis, Maucir, Luís, Mário Japonês, Nelson Carneirinho, Américo Vespúcio, Daniel, Sueli, Renato e Maurício fizeram uma reunião de emergência cuja pauta era acabar com a torcida, pois ninguém tinha dinheiro para investir.
Assim, na casa da avó de Bellotto, foi decidido que Renato Sozzi assumiria a presidência, tendo Mário Japonês como vice. Foi o primeiro passo para não deixar os ânimos dos torcedores caírem e reacender a paixão rubro-negra.
O ano também ficou marcado pelas sucessivas conquistas da Fanáticos no concurso “a bandeira mais bonita”, fato que lhe rendia alguma quantia em dinheiro.