23/10/2009

Clubes descartam BNDES para reforma de estádios da Copa.

Atlético, Inter e SPFC pedem aprovação de leis de isenção fiscal para obras de arenas.
Os clubes de futebol com envolvimento direto na Copa 2014 descartaram ontem, em Brasília, a possibilidade de tomarem empréstimo do BNDES para a reforma de seus estádios visando ao Mundial.
Segundo os presidentes do Atlético-PR (Marcos Malucelli), Internacional (Vitorio Piffero) e São Paulo FC (Juvenal Juvêncio), o financiamento das obras será feito com recursos próprios, provenientes da antecipação de receitas com programas de sócio-torcedor e com a venda de camarotes.
As declarações foram feitas em audiência pública na Câmara dos Deputados convocada para discutir os investimentos nas arenas privadas da Copa 2014 – Arena da Baixada (Curitiba), Beira-Rio (Porto Alegre) e Morumbi (São Paulo).
O principal pleito dos clubes foi a aprovação de leis de isenção fiscal para as obras dos estádios. "A redução e isenção de impostos nos níveis municipal, estadual e federal já está prevista. O que está faltando? Que sejam implementadas essas isenções. Nós estamos aqui para isso", disse Piffero. As obras da cobertura da Beira-Rio começaram em setembro e o Internacional tenta reaver os impostos já pagos.
Exigências “desnecessárias”Durante a audiência, os dirigentes fizeram duras críticas às exigências da Fifa para os estádios da Copa 2014. "O caderno de encargos mudou recentemente. As exigências não são as mesmas que fizeram para a África do Sul”, disse Malucelli.
O dirigente do Atlético-PR afirmou que os clubes não são ouvidos pela Fifa e que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) tem tentado atuar como mediadora. "Não podemos gastar à toa para atender às idiossincrasias da Fifa. A Copa não é do clube, é da cidade".Um dos itens considerados excessivos é a ampliação da potência dos refletores da Beira-Rio e da Arena da Baixada, informa o site “Congresso em foco”. Para jogos internacionais, a Fifa recomenda 3.500 Lux para iluminação horizontal e 4.200 Lux para iluminação vertical. Para partidas nacionais, a exigência cai para 3.400 Lux e 2.500 Lux, respectivamente.
Em setembro, o BNDES criou uma linha de crédito específica para os estádios da Copa, com condições de financiamento mais atrativas que as do mercado. O banco cobrará TJLP (em torno de 6% ao ano) mais juro básico (entre 1,8% e 1,9% ao ano). Os clubes terão três anos de carência e dez anos para a quitação do empréstimo. A linha de crédito cobrirá até 75% das obras, chegando a um valor máximo de R$ 400 milhões por estádio.