27/10/2009

Estádios privados podem ter R$ 1,2 bi do BNDES para Copa.

O ministro do Esporte, Orlando Silva, confirmou nesta terça-feira que os estádios do Morumbi (do São Paulo), Beira Rio (do Internacional) e Arena da Baixada (do Atlético-PR) terão direito a captarem juntos R$ 1,2 bilhão do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para benfeitorias nos arredores, reformas e adaptações para a Copa do Mundo de 2014.
O pacote de financiamento aprovado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva permite que cada arena tenha direito a receber R$ 400 milhões, montante que pode equivaler aos custos de, no máximo, 75% da obra.
Os nove estádios públicos que sediarão o Mundial de futebol também terão esse benefício, mas Estados e municípios responsáveis pelos projetos precisarão buscar em outras fontes de recursos o financiamento complementar aos R$ 400 milhões para a conclusão das obras.
“O presidente autorizou bater o martelo no caso do financiamento do BNDES. É o financiamento com o teto de R$ 400 milhões (por obra). Vai ser permitido para (estádio) público as mesmas características dos privados. Os privados têm de oferecer as garantias, que têm de passar pela análise de risco do banco ou um agente financeiro que tome empréstimo para financiar a operação privada”, disse o ministro.
As condições de financiamento contemplam prazo de carência de 36 meses, 12 anos de período máximo para pagamento junto ao BNDES e taxa de juros equivalente à TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo, hoje em 6% ao ano), acrescida de 1,9%.
“O que validamos hoje e deve ser combinado com o BNDES depois são as condições do financiamento da construção ou reformas das arenas”, afirmou Orlando Silva. O Conselho Monetário Nacional (CMN) deve se reunir na quinta-feira para aprovar resolução que viabilize o financiamento dos estádios.
“Elefantes brancos”
Preocupado com o risco de gestores públicos endividarem as contas municipais e estaduais por fazerem estádios muito além do que a Fifa exige para a Copa do Mundo, Orlando Silva voltou a ressaltar a importância de se evitar a construção de “elefantes brancos”.
“Vários estados reviram (seus projetos) para baixo. Diria que três ou quatro estádios já reviram para baixo o número de assentos e nessa fase de negociação final nós também vamos insistir nessa tese de cumprir o número mínimo de assentos que a Fifa exige para evitar elefantes brancos”, disse.
Os orçamentos para a construção dos estádios de futebol tinham estimativa inicial da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) de cerca de R$ 2 bilhões, mas o próprio governo tem cálculos que apontam que essa cifra hoje já ultrapassa a casa dos R$ 5 bilhões.