26/10/2009

Maior público do ano, festa no estádio e arruaça na rua.

Festa dentro do estádio, rompida pelo arremesso de bombas pelos dois lados, e distúrbios no caminho para o Couto Pereira, com briga em local previsível e tentativa de sequestro de um ônibus. O Atletiba 341 seguiu o que já tornou um roteiro comum dos clássicos em Curitiba.
Ao todo, foram 32.838 pagantes, fazendo do jogo de ontem o de maior público do ano no estado – a marca anterior, 32.744, pertencia a Coritiba 1 x 1 Corinthians, também pelo Bra­­sileiro. Ainda serviu para o Coxa passar o rival na média de público do Nacional: 16.211, contra 15.768 do Atlético.
Inferno verde e rubro-negro.
As duas torcidas prepararam um belo espetáculo para receber as equipes. Do lado alviverde, a versão diurna do Green Hell teve muito papel picado e fumaça verde e branca, criando uma camada de pó na lateral do campo à frente do setor Mauá, que subia a cada quique da bola ou pisada dos jogadores.Pela arquibancada, uma nova leva de bandeirões homenageava ídolos do centenário coxa-branca. Cada um trazendo a imagem de um jogador de cada década, do fundador Fritz Essenfelder ao artilheiro Keirrison, passando por Ninho, Duílio, Krüger, Fedato e Nasci­­mento, entre outros.
Do lado rubro-negro, a proibição ao uso de bandeiras, faixas e instrumentos era compensada pelo grito e por muita fumaça vermelha e preta. Dispersado em duas partes, o pó colorido transformou o espaço do visitante em um pedacinho da Arena.
A festa foi maculada novamente pelo arremesso de bombas dos dois lados. Três por coxas-brancas, três por atleticanos. Episódio similar na Baixada, no primeiro turno, tirou um mando de cada clube.
Brigas pela periferia.
Antes do jogo também se repetiram episódios de violência. Apontado pela própria polícia como ponto crítico, o terminal do Fazendinha foi o palco de uma briga. A confusão ocorreu por volta das 13h45, quando três ônibus saíram com torcedores do Atlético em direção à Arena, de onde o grupo sairia escoltado pela Polícia Militar até o Couto Pereira.
Logo que um dos ônibus virou na rua Carlos Klemtz, foi barrado por torcedores do Coritiba, que vinham a pé do Caiuá. O ônibus foi atingido por pedras e grande parte dos atleticanos desceram, respondendo às provocações dos torcedores rivais. Aproximadamente 200 pessoas se envolveram na confusão, contornada cerca de 20 minutos depois, com a chegada de reforço da PM e da Guarda Municipal – antes do confronto havia duas viaturas da PM no local e uma da Guarda Municipal, no módulo instalado ao lado do terminal.
Ninguém foi preso, a polícia apenas recolheu pedras e pedaços de madeira usados como arma e conduziu as duas torcidas até o estádio.
De acordo com a sala de imprensa do Comando do Policiamento da Capital (CPC), antes do início da partida houve confusão ainda nos terminais da Vila Oficinas, Capão da Imbúia e Centenário, neste último, com a participação de pelo menos 300 pessoas e a depredação de catracas.
Em São José dos Pinhais, no bairro Borda do Campo, torcedores do Atlético quebraram um ônibus por volta das 11h40. Às 14 horas, um veículo da linha Colombo-São José foi invadido por coxas-brancas, que mandaram todos os passageiros descerem e queriam que o motorista os levasse até o estádio. A polícia foi chamada para resolver a situação.
O terminal do Alto Maracanã, em Colombo, também registrou conflitos, assim como o terminal do Afonso Pena, em São José dos Pinhais, onde, na sexta-feira, integrantes das duas torcidas brigaram. Ônibus foram depredados e dois menores forem presos.