11/08/2009

A BELÍSSIMA HISTÓRIA DO HINO ATLETICANO.



Professor Heriberto nos conta como foi a primeira vez que o hino do Atlético foi cantado.

“Na festa do título, em 26 de janeiro de 1944, no Cassino Ahú, em todas as mesas eles colocaram uma cartolina em vermelho e preto que tinha o distintivo do Atlético. A cartolina era dobrada, em cima do lado esquerdo tinha uma paródia de Manolita (que era uma música famosa da época) e no lado direito, Hino Rubro-Negro.

Foi a primeira vez que se tornou oficial aquele hino que o Zinder Lins fez e que cantavam em ritmo de tango com os amigos campeões desde os anos 30. Então a paródia de 43 foi feita por J. S. Cibelli, o mesmo que fez a melodia do hino que depois verificaram que era um plágio do hino americano e que tiveram que modificar. Em 1968 quando mandaram fazer o disco, tiveram que mudar a estrutura da música*. E fala exatamente da final, o Atletiba, que o Atlético ganhou os dois jogos por 3×2 do Coritiba, em 1943.”

*Nota do Círculo de História: A modificação da música do hino foi feita por Genésio Ramalho junto com a redução da letra original.

Cireno canta um trecho daquela paródia:

“Coritiba reconheça
Os Campeões de 43.
Por duas vezes de 3 a 2
Nosso onze abateu vocês
Coritiba reconheça
Os Campeões de 43.”

Prof. Heriberto continua:

“Vocês viram como era o hino em 43 e 44? Era esse ritmo, era essa a música do hino, era um pouquinho mais lenta, ele cantou um pouquinho mais rápido, mas era exatamente aquele compasso do hino norte-americano.”

Cireno complementa:

“Mas esse do Cibeli tinha 24 ou 26 versinhos.”

Prof. Heriberto continua:

“Está aqui, vou continuar lendo pra vocês.”

“O grande arqueiro atleticano
Nem o pênalti o vence.
E tem o porte soberano
De campeão paranaense.”

(Caju pegou o pênalti do Altevir)

“O nosso onze resoluto.
Lutou com raça e padrão.
E é o campeão absoluto.
Desta quinta região.

Como a vida é transitória
A onça escolheu morada
Abandonou o Alto da Glória
E foi morar lá na Baixada

Vibra hoje a nossa gente
Com a grandiosa façanha
Do incansável presidente
Capitão Maneco Aranha.”

Cireno comenta:

“O J. Cibelli era um repentista gaúcho meio bebum, ele era amigo de infância lá das fazendas dos Aranha.”

Prof. Heriberto cita agora a paródia da música Manolita que era famosa na época:
Paródia da Manolita

“Era uma vez uma faixa
de campeão que se rasgou
Era uma vez uma taça
de um campeonato que já findou

A cigana não foi tão leal
com o Major e seu charuto
O Aranha é que era o tal,
pois na vitória foi mais astuto.

O Cardoso, speacker,
até emudeceu.
De noite na rádio,
não apareceu.

Alsa, alsa Coritiba
Teu recurso é chorar
Chora mais um bocadinho
Chora e torna a chorar

Alsa, alsa Coritiba
Vai tua mágoa espalhar
Chora mais um bocadinho
Enquanto nós vamos cantar

Viva essa raça pujante
Que só emprega o coração
Quando em luta, gigante
Sempre se torna o campeão

O Caju, general vatutin
O timochenco é o Aranha
Com uma dupla tão forte assim
O CAP conquistou fama

Rubro-negro tem sangue na
Veia e no pulso
Este sangue é enxertado
Com sangue de russo”

No final da cartolina havia uma nota com os seguintes dizeres:

Nota:
Tire três cópias e mande para três coritibanos, eles terão um peso incalculável e perderão novamente o campeoanto de 1944.

E na mesma cartolina havia o hino oficial do Atlético antes da redução dos versos, como pode se ler abaixo.

Hino do Atlético

“Atlético, Atlético!
Conhecemos o teu valor
E a camisa rubro-negra
Só se veste por amor!

Vamos marchar sempre entoando
Esta gloriosa canção
E no peito ostentando
Nosso amado pavilhão

O Coração do Atleticano
Deve estar sempre voltado
Para as glórias do presente
E os feitos do passado

A tradição da nossa raça
Nos legou um sangue forte,
Rubro-negro não tem jaça
E não teme a própria morte.

A flâmula vermelha e preta
Representa um esplendor
Todos cá desta Baixada
A defendem com amor.

É por isso e mais por isso
Que ecoa de Sul a Norte
Todos os homens rubro-negros
Descendem de raça forte.”

Professor Heriberto conclui:

“Essa é a história do hino atleticano que pela primeira vez foi oficialmente cantado na festa do título de 43, no Cassino Ahú.”