16/09/2010

Pacto de coirmãos.

Rivais se acertam como nunca fora de campo. Paraná se reforça com a ajuda do Atlético. E Rubro-Negro cogita até reativar a esquecida Vila Olímpica.
O Atlético pode se mudar da Água Verde para o Boqueirão em 2011. Como terá de fechar a Arena da Baixada para reformas de adequação às necessidades da Copa de 2014, o Rubro-Negro estuda usar o Estádio Erton Coelho de Queiroz, a Vila Olímpica, na próxima temporada.
A praça esportiva que pertence ao Paraná não recebe partidas oficiais desde 2007, quando a equipe B do Tricolor disputou a Copa Paraná. De lá para cá, apenas alguns treinos dos profissionais e da base paranista foram realizados no campo.
Mesmo assim, a cúpula atleticana entende ser mais fácil adequar o estádio tricolor da zona sul para atender aos sócios rubro-negros do que a Vila Capanema – opção que não está descartada, mas obrigaria os dois clubes a dividirem o já irregular gramado do Durival Britto desde o Estadual que começa em janeiro.
O estreitamento da relação entre os adversários cresceu a partir da cessão de jogadores do Furacão por empréstimo ao rival. O atacante Anderson Aquino e o lateral-esquerdo Jean (apresentado ontem) já estão no Tricolor; o meia Netinho não foi porque não quis e o atacante Patrick, recém-retornado da Turquia, pode ser o próximo.
“Uma coisa não tem necessariamente a ver com a outra. Mas quem sabe não possamos juntar as duas. Isso [empréstimo de jogadores] pode até ser usado de crédito lá na frente”, prevê o diretor de futebol atleticano Ocimar Bolicenho. “As portas estão abertas para a negociação. Até porque temos uma política de bom relacionamento com o Atlético”, afirma o presidente paranista Aquilino Romani.
Para ressuscitar o imóvel do Boqueirão, no entanto, há o empecilho da capacidade. A partir do ano que vem, na Série A do Brasileiro serão necessários 15 mil lugares e na B, 10 mil.
“Quando deixou de ser usada, a capacidade da Vila Olímpica era de 20 mil. Mas do jeito que está hoje, não cabem 10 mil”, afirma o gerente administrativo e financeiro do Paraná, Pedro Henrique Poitvin.
“Nem me lembro da última vistoria no Erton Coelho. Já faz muitos anos. Desconheço a existência de laudos. E agora a medição é de quatro torcedores a cada dois metros. reduz em 20%”, alerta Reginaldo Cordeiro, presidente da Comissão de Inspeção de Estádios da Federação Pa­­ranaense de Futebol.
Nos bastidores do Rubro-Negro sabe-se que por causa dos mais de 20 mil sócios que têm direito a entrar nos jogos do time como mandante, o clube não sairá de Curitiba com o fechamento de seu reduto. Restariam as opções de acertar com o Paraná ou com o Coritiba (para atuar no Couto Pereira). “Com qual você acha mais fácil?”, questiona Bolicenho, reconhecendo a pressão pela rivalidade Atletiba como um forte obstáculo.
Resta saber qual será a data que a Arena precisará paralisar as atividades. A reforma deve co­­meçar até março. Porém a in­­tenção é postergar ao máximo a saída do estádio, trabalhando inicialmente no lado da Rua Bra­­sílio Itiberê.