22/07/2010

Palestra foi a arma atleticana contra o Santos.

Motivador João de Oliveira ganhou crédito pela vitória contra o Peixe. Ele "fez o time sorrir"
Ele tem o mesmo nome de João do Pulo, um dos principais ícones do atletismo brasileiro. Porém, este João Carlos de Oliveira foi um dos responsáveis por outro salto, o de qualidade do Atlético, que gerou a vitória diante do Santos. Palestrante motivacional, “João, o Negão”, como ficou conhecido entre os boleiros, deu um novo ânimo ao Furacão.
O próprio técnico Paulo César Carpegiani admitiu isto após a partida. “Tivemos uma palestra hoje [quarta-feira] no CT e foi um show à parte. Foi sensacional. E quero creditar ao palestrante, o João, uma grande dessa vitória. Tivemos uma excelente postura”, afirmou o treinador.
O autor dessa mudança radical tem 40 anos e é nascido em Ivaiporã, no interior do Paraná. Formado em artes cênicas e pós-graduado em educação não formal e liderança de equipe pelo Instituto Internacional para o Desenvolvimento da Cidadania (IIDAC) de Israel, ele morou a maior parte da vida em Curitiba, de onde conquistou mais de 200 clientes, como Claro, Vivo, Sebrae, Unimed e Caixa Econômica Federal.
Mas o que faz o sucesso de Oliveira? Ele garante que tudo tem a ver com um belo sorriso. “Se eu fosse dizer algo a todos os times, eu diria: ‘Vocês são profissionais, mas não terão o sucesso se não tiverem alegria’. Apenas isso”, explicou. “O Atlético voltou a sorrir”, comemorou.
Apesar de ter feito um trabalho com o Marechal Cândido Rondon, que acabou campeão do Paranaense de futsal do ano passado, esta foi a primeira experiência de Oliveira com jogadores de futebol de campo. O resultado não poderia ter sido melhor.
“Estava faltando um brilho individual a mais de casa um. Eu incentivei para que cada um desse um pouco mais de si. Isto sem falar de futebol em nenhum momento”, ponderou o motivador.
Para ganhar seus espectadores, Oliveira fez com que todos participassem, em uma hora e dez de encontro. “Independente do público, eu peço que eles levantem e balancem as mãos. É cômico um monte de homens barbados levantado as mãos e balançando”, contou, lembrando que, na comemoração do gol de Bruno Mineiro, os jogadores repetiram o gesto. “Até batuque de fanfarra teve no encontro. Parecia um grupo de crianças”, complementou.
O diretor de futebol do Furacão, Valmor Zimmermann, confirmou a importência do visitante. “O time estava cabisbaixo e precisava de mais confiança”, assumiu o dirigente. “A palestra foi muito importante para aumentar o entusiasmo dos jogadores”, complementou.
Segundo Zimmermann, o nome de Oliveira surgiu por indicação do ex-presidente Ademir Adur – presença cada vez mais influente no departamento de futebol (indicou cinco dos reforços contratados durante a Copa do Mundo). Quanto ao motivador, se depender dos atleticanos, ele deve voltar ao CT do Caju. “É provável. Vamos conversar para que ele aceite participar mais vezes”.
Perspectiva que entusiasma o profissional. “O que vem pela frente é consequência do trabalho que eu e o clube acreditamos”, garantiu Oliveira, citando mais uma das frases que divertiram os atletas e que devem virar ditado popular no CT do Caju. “Eu falei para os jogadores. Se alguém perguntar quem foi que mandou, digam que foi o negão que mandou.”