06/03/2010

International Board discute neste sábado o fim da paradinha no pênalti.

Presidente da Fifa já disse que é contra o recurso. Entram ainda no debate bola com chip e mudança na punição para quem impede chance de gol.
A International Board colocará em pauta neste sábado uma das maiores polêmicas do futebol brasileiro: o uso da paradinha na cobrança de pênalti. A entidade, responsável pelas regras do futebol, vai se reunir neste sábado em Zurique, na Suíça, para discutir alguns temas.
A paradinha é um deles e, considerando-se declarações recentes do presidente da Fifa, está com os dias contados.
"Isso não é justo. É uma infração, e o árbitro deve punir com o cartão amarelo. Se o jogador repetir, precisa ser expulso. Não é justo, é uma trapaça e precisa acabar" disse Joseph Blatter em visita ao Rio de Janeiro em setembro do ano passado.
No Brasil, o recurso começou a ser usado com frequência em 2008. E não foi proibido pelos árbitros, já que a regra não diz nada a respeito - fala apenas em punir qualquer atitude antidesportiva do cobrador. Em outros países, mesmo da América do Sul, ele é proibido. Num jogo da Taça Libertadores de 2009 entre Sport e Palmeiras, por exemplo, o chileno Carlos Chandía avisou aos jogadores que não aceitaria a paradinha.
Atualmente, no Brasil, o mais famoso cobrador que usa a paradinha é o atacante Fred, do Fluminense. No caso dele, o apelido da jogada até mudou, virou paradona. Outros que gostam do artifício são Neymar, do Santos, e Alan Bahia, do Atlético-PR. O goleiro Rogério Ceni, do São Paulo, reclamou recentemente de uma paradinha de Neymar no clássico contra o Santos, que venceu por 2 a 1. Mas, o próprio arqueiro já cobrou pênaltis dessa maneira.
Fora do Brasil, despertam mais interesse outros temas a serem votados pela International Board neste sábado, a partir de 5h30m (de Brasília). Ela vai debater se é justo o cartão vermelho para o jogador que impede uma chance clara de gol, em caso de pênalti marcado. O argumento é de que se trata de uma punição exagerada ter um jogador expulso (e suspenso da partida seguinte) e um pênalti para o adversário.
A reunião deste sábado também vai tratar da bola com chip, que alertaria quando passou da linha do gol, e da função do quarto árbitro, que passaria a ter mais autonomia. No ano passado, foram discutidas a adoção de um cartão laranja (para expulsão temporária) e o aumento do intervalo para 20 minutos, entre outras coisas, mas sem aprovação da International Board.
A entidade é formada por quatro integrantes da Fifa e um de cada uma das federações britânicas: Inglesa, Escocesa, Irlandesa e Galesa. Para que uma mudança seja aprovada, a proposta deve ter os quatro votos da Fifa, mais dois dos outros quatro integrantes.
A reunião inaugural da International Board foi realizada em 1886, 18 anos antes da fundação da Fifa. A cada ano, são realizados dois encontros. O primeiro, entre fevereiro e março, discute as regras do futebol. O segundo, entre setembro e outubro, trata apenas de questões internas.