08/11/2009

Caminhada pela paz reúne torcedores do trio de ferro em Curitiba.

Grupo de cerca de 90 pessoas reivindica o cumprimento de leis que podem ajudar a coibir brigas e depredação em dia de jogo de futebol.
Cerca de 90 torcedores de Coritiba, Atlético e Paraná participaram na manhã deste sábado, em Curitiba, de uma caminhada pela paz no futebol. O grupo partiu da Praça Santos Andrade e seguiu em silêncio, vestindo camisetas com o escudo dos três clubes, até a Praça Osório como forma de reforçar o pedido de maior segurança nos estádios e na cidade e também punição a quem briga ou provoca danos ao patrimônio público e particular tendo as partidas como pano de fundo.
O movimento, articulado nas comunidades de torcedores no Orkut, foi impulsionado pela morte do estudante de Direito João Henrique Vianna, 21 anos, no último dia 29 de outubro. Quatro dias antes, o atleticano havia sido atropelado por um torcedor do Coritiba na esquina das ruas Engenheiros Rebouças e Desembargador Westphalen, quando ia do Couto Pereira para a Arena da Baixada, após o Atletiba pelo Campeonato Brasileiro.
"Já vínhamos pensando em algo nesse sentido há algum tempo. Mas a morte do João Henrique foi a gota d'água. Podem estar certos de que esse ato não se encerra na passeata", afirmou a educadora física Camila Lopes Ferreira. Uma das moderadoras na comunidade do Atlético no Orkut, ela namora com um coxa-branca, Gílson Provenzano Filho. Em dia de clássico, eles vão juntos ao estádio e cada um segue para a sua torcida.
O grupo passou um abaixo-assinado, que será estendido à internet, para pedir o reforço das medidas antiviolência em dias de jogos de futebol.
As reivindicações tratam, na verdade, do cumprimento de leis já existentes. Um exemplo é o artigo 39 do Estatuto do Torcedor, que prevê registro de ocorrência e punição a quem provocar distúrbios em estádios e no raio de 5 quilômetros do campo. Como também a instauração de Juizados Especiais para cuidar especificamente de crimes em praças esportivas e pela cidade relacionados a partidas de futebol.
Outra norma existente lembrada pelo grupo foi um termo de ajustamento de conduta assinado, em setembro do ano passado, por Coritiba, Atlético, Paraná, Federação, Ministério Público e Secretária Estadual da Segurança Pública para coibir a violência relacionada ao futebol.