24/10/2009

História da Fanáticos: Década de 2000.

2000 – O começo do alívio
Dois mil foi o ano onde a Fanáticos começou a respirar financeiramente, pagando uma boa parte de suas dívidas e começando a investir mais em seu patrimônio. Além disso, continuou proporcionando grandes espetáculos nos estádios, emocionando todos os atleticanos e causando muita inveja aos nossos rivais.
A torcida também realizou a 1ª viagem oficial internacional para acompanhar o Atlético em sua caminhada e, conseqüentemente, em todas as partidas do Atlético na Libertadores da América: Peru, Uruguai e Colômbia.
2001 - O primeiro título brasileiro
Após ser eliminado da Copa do Brasil pelo Corinthians, o Atlético voltou suas forças para vencer o Paranaense, onde disputou três partidas na final com o Paraná Clube, com a vantagem do empate. E não deu outra. Com vontade de campeão e apoio da torcida, o time conquistou seu terceiro Bi-Campeonato Paranaense na história. Em seguida, arrancou para a largada atleticana após vencer o Grêmio, quebrando a invencibilidade de 20 jogos do time gaúcho, logo na estréia do então técnico Mário Sérgio. Mostrando aos críticos que veio para ficar, o Atlético desmontou defesas paulistas, mineiras, cariocas e gaúchas, vencendo os times que, na teoria, seriam candidatos ao título.
Oscilando entre a primeira e segunda colocação, o time conquistou a vaga para a próxima fase com seis jogos de antecedência e alcançou a marca de 12 jogos sem perder. Classificado em segundo lugar, o rubro-negro garantiu as vantagens para as fases seguintes e assim, recebeu o São Paulo para as quartas-de-final. Surpreendendo jornalistas do Brasil inteiro, a torcida atleticana mostrou todo o seu amor pelo time quando passou noites na fila, que dava voltas no estádio, para garantir lugares e assistir aos próximos espetáculos. E o time não decepcionou. Contra o Fluminense, o Atlético começou perdendo, mas surgiu a estrela de Alex Mineiro, que marcou três gols e carimbou o passaporte atleticano para a grande final. Para esta partida, foram vendidos mais de 30 mil ingressos em menos de três horas. O barulho ensurdecedor da torcida atleticana fez a diferença: 4 a 2 para o Atlético, numa partida inesquecível para toda a nação rubro-negra. Mais uma vez a torcida mostrou a sua força, sendo considerada a mais vibrante e bonita do Brasil, peça fundamental de todas as vitórias.
Com o resultado da primeira partida, o Atlético foi a São Caetano do Sul podendo perder por um gol de diferença para ser campeão. Antes de embarcar para São Paulo, os jogadores receberam o grande apoio da torcida no aeroporto e posteriormente no local da partida, com a presença de 60 ônibus da Fanáticos. Apoio que ficou marcado em todos os jogos do Atlético, tanto em casa como fora, mostrando a força da torcida onde quer que o time esteja.
A festa atleticana foi decretada com o gol de Alex Mineiro, marcando o maior título já conquistado em todos os tempos pelo Atlético e habilitando o time a participar de mais um torneio internacional.
2002 – Nova sede e futebol ruim
O ano começou bastante agitado para a Fanáticos. A torcida iniciou uma grande reformulação na sede com a construção de um sobrado de três andares e um bar totalmente modificado, almoxarifado, vestiários, banheiros, dormitórios para visitantes e uma academia para a prática de artes marciais. A torcida também comprou a famosa “Kid 3”, adquirida através da família Cruz, de grande utilidade para a torcida e mais um marco na história da Fanáticos.
No futebol, houve uma divisão interna e o clube acabou ficando nas mãos de uma pessoa só, um soberano que abandonou a torcida e aqueles que sempre ajudaram o clube. Assim, o Atlético começou a viver sob modo ditatorial, o time se tornou um balcão de negócios, o futebol foi abandonado e os jogadores começaram a fazer o que bem entendiam. Com isso, a torcida começou a fiscalizar esses atletas que abusavam da noite e prejudicavam de forma vergonhosa suas atuações em campo.
Sem as estrelas principais, o Atlético começou a Copa Sul-Minas com um time misto e conseguiu chegar à final, mas acabou sendo derrotado pelo Cruzeiro. Depois, o time conquistou o Supercampeonato Paranaense, decepcionou em sua segunda participação na Libertadores da América e ficou em 14º no Campeonato Brasileiro.
Para a torcida, ficou marcado a presença de integrantes da Fanáticos na Copa do Mundo com a exibição de faixas em vários jogos.
2003 – Site da TOF e caveira na área!
Mesmo com as reformulações na comissão técnica e no elenco, o ano de 2003 começou ruim para o Furacão. O time fez uma campanha desastrosa no Paranaense e acabou desclassificado nas quartas-de-final, pelo Londrina, além do reverso na Copa do Brasil. Pra completar, o Atlético decepcionou os torcedores no Brasileiro, realizando péssimas partidas dentro de casa e fora, acabando na 12ª posição.
Na Fanáticos, a novidade foi a entrada na era digital com a criação da página da torcida na Internet, a primeira do Estado. Outra inovação foi a idéia da confecção de caveiras de isopor para suprir a proibição das bandeiras dentro da Baixada. A torcida adquiriu quatro caveiras de isopor, um marco nas partidas do Atlético e que foi, por diversas vezes, assunto comentado por muitos jogadores rivais e pela mídia nacional.
O ponto negativo do ano foi o começo das grandes desavenças entre a diretoria do clube e a torcida.
2004 – A hora e a vez do povão
O ano de 2004 ficou marcado pela reivindicação da Fanáticos por preços mais justos para os jogos do Atlético, chegando até a colocar o clube na justiça para diminuir os valores absurdos dos ingressos. O bom senso prevaleceu e foi uma grande vitória para a torcida, que comemorou juntamente com o seu povo o triunfo do povão atleticano.
Por outro lado, a diretoria do Atlético, de forma ditatorial, proibiu a entrada da bateria da torcida e suas faixas na Baixada, tirando uma grande arma da Fanáticos e do Atlético para conquistar suas vitórias. Porém, mesmo com o desgaste, a torcida não abandonou o time e, mesmo na base das palmas, ajudou o Furacão a chegar ao vice-campeonato brasileiro. Mais uma vez o caminho estava traçado para a Libertadores da América!
Para finalizar o ano, a torcida comprou a tão sonhada sede campestre, que está localizada na cidade de Mandirituba (PR) e que aos poucos poderá se tornar mais uma opção de lazer a todos os seus associados.
2005 – Bateria liberada: o Caldeirão volta a ferver!
Diante de mais uma Libertadores, a torcida teve papel fundamental na grande campanha do Atlético na competição. O pontapé inicial foi um acordo de paz, após muitos protestos da torcida devido aos maus resultados obtidos em campo - o time era o último colocado no Brasileiro e havia sido goleado em casa na última rodada da primeira fase da Libertadores. A diretoria, vendo-se em uma situação delicada, liberou a bateria da Fanáticos no jogo contra o Cerro Porteño, durante o intervalo, e levou o estádio inteiro a uma grande emoção.
Com essa fórmula, o Atlético foi brilhante na Libertadores e pela primeira vez em sua história chegou à final de uma competição internacional provando que nada é impossível quando o amor e a raça atleticana caminham lado a lado. Além disso, ficou a lição que a união entre time e torcida podem levar o Rubro-negro sempre a grandes vitórias e provou que a nossa bateria é realmente a alma da torcida.
A Fanáticos foi a Porto Alegre em mais de 120 ônibus e outros 80 para São Paulo, marcando o sucesso de duas grandes excursões na história da torcida. Além dos jogos pelo Brasileiro, muitos integrantes estiveram presentes no Paraguai e em todas as partidas da Libertadores, tanto em casa quanto fora.
2006 – Salvem o Atlético!
O ano de 2006 ficou marcado pelas grandes viagens históricas da Fanáticos, com destaque para a presença da torcida na Argentina, Uruguai, México e Paraguai, sempre levando a faixa da organizada.
Com o intuito de fiscalizar jogadores que abusam das noitadas e da bebida, a torcida criou o “Disk-Gandaia”, um telefone direto para quem encontrasse algum jogador do Atlético nas baladas de Curitiba.
Mais uma vez, a Fanáticos tirou o Atlético do sufoco e conseguiu mantê-lo na primeira divisão com grandes campanhas de apoio irrestrito ao time em campo. Com os dizeres no site como “É nossa obrigação apoiar o time, não importa a situação, sempre estaremos presentes”, a torcida convocou os torcedores para lotar e incendiar a Baixada.
A relação entre a torcida e a diretoria do clube ficou totalmente desgastada em 2006, pois a torcida não concordou como as coisas são conduzidas dentro do Atlético e o tratamento do clube com os torcedores de modo geral. Assim, a torcida veio e público exigir providências com o apelo “Salvem o nosso Atlético”, pois não havia mais desculpas para a má fase do time.
O destaque do ano ficou para o início dos eventos e reuniões gerais da torcida, reaproximando as famílias atleticanas na sede da Fanáticos.
2007 – Vitória do povão
"Não importa a partida Que você disputaráEu te sigo em toda parteCada vez te quero mais"
A música da Fanáticos virou uma espécie de lema da torcida atleticana em 2007, pois simbolizou a fidelidade, o amor e o orgulho que o atleticano tem pelo time, independente do momento ou situação em que a equipe esteja. Aliás, fase ruim que pôde ser vista durante o Campeonato Paranaense, Copa do Brasil e boa parte do Brasileiro, com muitos momentos difíceis para a nação rubro-negra. O momento de instabilidade do time culminou em vários protestos da torcida, que exigiu a contratação de jogadores e uma nova postura da diretoria.
E mais uma vez a Fanáticos foi responsável pela recuperação do time na competição nacional. Precisando da força da torcida para o Atlético reencontrar o caminho das vitórias, a diretoria baixou o preço dos ingressos e liberou as caveiras de isopor, deixando a festa dos torcedores mais bonita e completando o espetáculo na Baixada.
A sede da torcida foi totalmente reformada, com a desativação da academia dando lugar a uma grande loja com uma sala de reuniões e uma secretaria nova. Piso do pátio interno novo, calçada externa nova, tudo para melhor acomodar os nossos associados. Outro grande sonho realizado da Fanáticos foi o programa “A Voz da Caveira”, na rádio Eldorado AM 1120 Khz, que está no ar desde o mês de julho agitando os torcedores.
2008 – Um furacão de emoções!
O Atlético iniciou a temporada 2008 como um verdadeiro Furacão. Com a comissão técnica mantida e um elenco em grande fase, o time começou o Campeonato Paranaense com o pé direito e venceu 12 partidas consecutivas, superando o recorde do Furacão de 1949. O desempenho de Furacão empolgou os torcedores, que sempre lotavam a Baixada, motivados pelo lançamento do plano Sócio Furacão a preços acessíveis, e faziam crescer ainda mais a massa rubro-negra.
Nos bastidores, a Fanáticos vivia uma situação conturbada com a diretoria atleticana, comandada por Petraglia. Foi só na véspera da final contra o Coritiba, em casa, que o então diretor procurou a organizada para pedir apoio na última partida no campeonato. Assim, duas grandes bandeiras foram liberadas para a torcida, além de outras de mão, e uma espetacular festa aconteceu nas arquibancadas da Arena da Baixada.
Porém, em campo, a equipe não conseguiu levantar a taça de campeão paranaense. Mesmo tendo vencido a partida contra o rival alviverde e ter realizado a melhor campanha, o Furacão deixou o título escapar por ter perdido o primeiro jogo por 2 a 0. Mesmo descontente com o vice-campeonato, gritou o nome do clube e aplaudiu o esforço dos jogadores, mostrando mais uma vez o apoio incondicional ao Atlético. No Paranaense, a Fanáticos viajou para todas as cidades para acompanhar o Rubro-Negro.
Depois do tropeço no torneio estadual, os torcedores atleticanos ainda sofreram com a eliminação precoce na Copa do Brasil. Além disso, o Atlético havia anunciado o empréstimo de Ferreira ao Al-Shabab, dos Emirados Árabes Unidos, e a transferência de Claiton para o Consadole Sapporo, do Japão, causando insatisfação na torcida, que continuou entoando os nomes dos jogadores em muitas partidas na Arena.
Já em maio, o clube anunciou a demissão de Ney Franco e, em seguida, a contratação de Roberto Fernandes, cuja passagem ficou marcada pelo baixo rendimento e o mau relacionamento com os jogadores. Pelo Campeonato Brasileiro, a Fanáticos não deixou de comparecer uma partida sequer nas atuações do time em jogos fora de casa, com viagens constantes dos associados, um apoio irrestrito ao time. Torceram como nunca, gritaram como sempre, mas em campo os resultados foram insatisfatórios.
Resultado: somente na última partida o Atlético conseguiu se livrar de vez do fantasma do rebaixamento, mesmo com o comando do eterno e ídolo Geninho.
Antes da partida decisiva contra o Flamengo, um episódio interessante aconteceu. Após perderem por 2 a 1 para o Náutico, a Fanáticos teve uma conversa com Roberto Karam (hoje diretor de Comunicação, Relações Públicas e Marketing do Atlético) e conversaram sobre o que poderiam fazer para mostrar apoio ao time, mesmo após o tropeço em Recife. Foi então que na madrugada posterior à derrota, mais de 250 torcedores foram até o aeroporto Afonso Pena para recepcionar o grupo de jogadores, numa demonstração positiva de incentivo ao Atlético.
Naquele momento, os jogadores viram que podiam contar com o apoio irrestrito da Fanáticos, que mostrou mais uma vez estar junto com o time em todos os momentos. A presença maciça dos torcedores no aeroporto foi citada pelo técnico Geninho durante a preleção antes do jogo contra o Flamengo, a última partida do campeonato, vencida pelo Furacão por 5 a 3. Com o apoio incondicional nas arquibancadas, repletas de vermelho e preto, o time afastou de uma vez por todas o perigo de cair para a segunda divisão e ainda garantiu participação na Copa Sul-Americana.
Ao apito final do árbitro, Geninho correu em direção à Fanáticos, que gritava em coro o seu nome. Era o final feliz de uma história que tinha o mesmo herói, que comandou o maior título da história atleticana e que, desta vez, manteve o Furacão na elite do futebol nacional.