03/10/2009

Dobradinha histórica pode acelerar modernização da infraestrutura.

Copa 2014 e Olimpíada 2016 podem gerar investimentos de R$ 130 bilhões no Brasil.
O Brasil conquistou hoje, em Copenhague (Dinamarca), uma dobradinha histórica com a escolha do Rio de Janeiro para sede das Olimpíadas de 2016. O país será o quarto a sediar a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos consecutivamente, seguindo o exemplo de México (68-70), Alemanha Ocidental (72-74) e EUA (94-96). Além disso, a vitória carioca é cercada de ineditismo, já que pela primeira vez uma Olimpíada será disputada em território brasileiro e sul-americano.
"Entre as dez maiores economias do mundo, somos os únicos que não sediaram a Olimpíada. Para os outros, será apenas mais uma Olimpíada, mas para nós será uma oportunidade sem igual. O desafio do COI (Comitê Olímpico Internacional) é expandir os Jogos para novos lugares, de acender a pira olímpica em um país tropical", disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva após o anúncio.
A campanha carioca usou como destaques a beleza visual, a hospitalidade, mas principalemente a rápida recuperação da economia brasileira frente à crise mundial. Desbancou três finalistas de peso – Madri, Tóquio e Chicago – e reforçou, em sua apresentação ao Comitê Olímpico Internacional, que a competição deixaria um legado "real" para a cidade, principalmente nas questões de infraestrutura.
Investimentos e legado
Somando Copa e Olimpíada, os investimentos em infraestrutura podem chegar a R$ 130 bilhões. Segundo cálculos da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base, apenas a preparação das doze cidades-sede do Mundial de 2014 movimentará R$ 100 bilhões, entre aportes privados e das três esferas estatais. Entram na conta a construção e modernização de estádios, investimentos em mobilidade urbana (metrô, corredores de ônibus, estacionamentos, entre outros), ampliação e construção de portos e aeroportos, além de ações nas áreas de segurança, formação profissional e turismo.
Na preparação do Rio para as Olimpíadas de 2016, o Ministério do Esporte prevê investimentos de R$ 28,8 bilhões, entre aportes públicos e privados. Os Jogos devem acelerar os projetos de modernização de hotéis, bares, restaurantes e pontos turísticos da cidade.
Dados do governo federal indicam que os jogos podem gerar até R$ 90 bilhões em renda, além de incentivar a criação de 120 mil empregos diretos e indiretos ao ano, entre 2009 e 2016, e cerca de 130 mil, entre 2017 e 2027. Os estudos indicam, ainda, que 97% do investimento realizado para os jogos voltarão aos cofres públicos por meio de arrecadação de impostos.