22/09/2009

Dinheiro para os estádios.

Depois de falar um discurso sintonizado com o ministro do Esporte, Orlando Silva, de que todos os recursos conseguidos para construção ou reforma dos estádios visando a Copa do Mundo de 2014 viriam da iniciativa privada, o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ricardo Teixeira, recuou de sua opinião inicial e deu nova versão para a mesma noticia. Em entrevista concedida a um pool de jornais, o dirigente máximo da CBF admitiu que mais de 60% dos estádios que serão utilizados no Mundial do Brasil em 2014, terão a utilização de dinheiro público em suas reformas ou em sua construção.
ESTÁDIOS “OFICIAIS”
“Esses estádios são os chamados “estádios do governo”. Necessariamente, (a reforma deles) vai ter que envolver os governos estaduais”, explicou, acrescentando que pelo menos 08 dos 12 estádios escolhidos como sedes da Copa do Mundo de 2014, não utilizarão somente recursos privados para sua modernização. Os únicos estádios que ficariam de fora da lista seriam os estádios particulares do Internacional (RS- Beira Rio), do São Paulo (Morumbi) e Arena da Baixada que pertence ao Atlético Paranaense. Sendo que o estádio de Recife segue indefinido, já que não se sabe com precisão se a nova arena será construída com dinheiro público ou iniciativa privada. Em sua entrevista aos jornais, Ricardo Teixeira tratou como normal a mudança de opinião e de rumo e garantiu que, desde o princípio, esse era o planejamento. “Eu sempre falei de PPPs (parcerias público-privadas) nas obras dos estádios. Vocês é que não entenderam”, argumentou, referindo-se à imprensa, esquecendo-se de que, em 2007, tanto ele quanto o ministro Orlando Silva afirmavam que “quanto menos dinheiro público for investido, melhor será a Copa do Mundo de 2014 no Brasil”.
AS CIDADES
Vejam abaixo as 12 cidades-sedes e os respectivos valores em infra-estrutura que cada uma deverá desembolsar. Os valores são aproximados, pois, segundo as prefeituras, ainda não existe um valor estimado oficialmente para as obras.
- PORTO ALEGRE (RS) - R$ 6 bilhões
- CURITIBA (PR) - R$ 4,5 bilhões
- SÃO PAULO (SP) - R$ 36,44 bilhões
- RIO DE JANEIRO (RJ) - R$ 5,9 bilhões
- BELO HORIZONTE (MG) - R$ 1,49 bilhões
- BRASÍLIA (DF) - R$ 600 milhões
- CUIABÁ (MT) - R$ 3 bilhões
- SALVADOR (BA) - R$ 1 bilhão
- RECIFE (PE) - R$ 1,6 bilhões
- NATAL (RN) - R$ 3 bilhões
- FORTALEZA (CE) - R$ 9,4 bilhões
- MANAUS (AM) - R$ 1,47 bilhões
FEDERAÇÕES
Além das diretorias regionais da CBF, houve também a prorrogação de mandatos para todos os 27 presidentes de federações do Brasil. Foi realizada uma Assembléia Geral na sede da CBF no Rio de Janeiro, quando ficou acertado que todos os presidentes de federações teriam seus atuais mandatos prorrogados até 2014. Caso não houvesse esse acerto, vários deles teriam que enfrentar eleições em seus estados esse ano ou então em 2010. Mas cada presidente de federação tratou de reunir os seus clubes filiados em seus Estados, e estes apresentaram a proposta de prorrogação de mandato em Assembléia Geral dos atuais presidentes. A proposta foi aceita por unanimidade. A decisão foi então encaminhada à CBF que imediatamente referendava o “pedido” dos clubes. Aqui em Goiás, o atual presidente da Federação Goiana de Futebol (FGF), André Pitta, também teve seu mandato “prorrogado” até 2014. Explicação da CBF: é por causa da Copa do Mundo de 2014 no Brasil.